Em Junho de 1936, o líder da oposição de direita é assassinado na Espanha, deflagrando uma revolta militar liderada pelo nacionalista Francisco Franco. A guerra civil que se seguiu durou três anos, opondo nacionalistas, religiosos e monarquistas, que controlavam o exército e eram apoiados pelos governos da Alemanha e da Itália, e as forças republicanas, que contavam com a polícia e os carabineiros, além de milícias operárias. Os legalistas eram apoiados pela União Soviética, Grã-Bretanha, México e França, e principalmente pelas Brigadas Internacionais, formadas por 35 mil voluntários de 50 países.

Um desses voluntários era André Malraux, que, um mês após o início do conflito, organizou a esquadrilha España que, com menos de vinte aviões, participou de combates no vale do Tajo, em Toledo, Aragão e Málaga. Malraux, que não pilotava, participava das missões como observador e algumas vezes como artilheiro. Depois, passou a actuar como embaixador dos republicanos, inclusive com um périplo pelos Estados Unidos, discursando e recolhendo doações para hospitais espanhóis. Em Abril do ano seguinte, retornou à Europa para escrever A esperança, concluído em poucos meses e lançado em dezembro de 1937. O livro ainda daria origem a um filme, de mesmo título, lançado em 1939.

Desde seu lançamento, A Esperança dividiu a crítica, indecisa entre tratar o livro como um romance ou como uma reportagem. Para Jean Lacouture, essa é uma questão menor, pois se a obra é um testemunho do engajamento de Malraux, a esperança do título vai além do episódio espanhol (ainda que crucial), para falar de todas as lutas travadas no século XX para mudar a condição humana. "Como se ele não devesse ser admirado por ser uma reportagem. Ademais, o que é um romance?".

Ed. Record - 476 pág. - brochura

A ESPERANÇA - ANDRÉ MALRAUX

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Em Junho de 1936, o líder da oposição de direita é assassinado na Espanha, deflagrando uma revolta militar liderada pelo nacionalista Francisco Franco. A guerra civil que se seguiu durou três anos, opondo nacionalistas, religiosos e monarquistas, que controlavam o exército e eram apoiados pelos governos da Alemanha e da Itália, e as forças republicanas, que contavam com a polícia e os carabineiros, além de milícias operárias. Os legalistas eram apoiados pela União Soviética, Grã-Bretanha, México e França, e principalmente pelas Brigadas Internacionais, formadas por 35 mil voluntários de 50 países.

Um desses voluntários era André Malraux, que, um mês após o início do conflito, organizou a esquadrilha España que, com menos de vinte aviões, participou de combates no vale do Tajo, em Toledo, Aragão e Málaga. Malraux, que não pilotava, participava das missões como observador e algumas vezes como artilheiro. Depois, passou a actuar como embaixador dos republicanos, inclusive com um périplo pelos Estados Unidos, discursando e recolhendo doações para hospitais espanhóis. Em Abril do ano seguinte, retornou à Europa para escrever A esperança, concluído em poucos meses e lançado em dezembro de 1937. O livro ainda daria origem a um filme, de mesmo título, lançado em 1939.

Desde seu lançamento, A Esperança dividiu a crítica, indecisa entre tratar o livro como um romance ou como uma reportagem. Para Jean Lacouture, essa é uma questão menor, pois se a obra é um testemunho do engajamento de Malraux, a esperança do título vai além do episódio espanhol (ainda que crucial), para falar de todas as lutas travadas no século XX para mudar a condição humana. "Como se ele não devesse ser admirado por ser uma reportagem. Ademais, o que é um romance?".

Ed. Record - 476 pág. - brochura