Em A infância de Jesus, J.M. Coetzee, ganhador do prêmio Nobel de 2003, imagina um país de estrangeiros que, depois de atravessar o oceano, pagam com o esquecimento da própria trajetória a oportunidade de começar uma vida nova. A condição de estrangeiro também impõe uma língua nova, no caso, um espanhol adquirido precariamente e que ninguém domina por completo. O leitor é guiado pelo olhar de Simón, recém-chegado que se atribui o papel de guardião de um menino de cinco anos e vai trabalhar como estivador, carregando sacos de grãos de trigo. A subsistência - o simples sustento pelo pão de cada dia - parece ser a única finalidade à qual se dirige a rotina do lugar, onde todos parecem se conformar, não só no que diz respeito à alimentação, a uma dieta moderada. Inadaptado e insatisfeito, ainda que ansioso por compreender e ser aceito, Simón tenta fazer valer os direitos de alguém cujo corpo continua impregnado de memórias. Nascido numa família africânder que usava o inglês dentro de casa, Coetzee fez do desconforto linguístico um dos temas de sua ficção. É com esse sentido de estranhamento que Simón trava debates filosóficos com os camaradas, na “ágora” da estiva, e faz o possível para explicar às mulheres um dos fatos mais básicos (e misteriosos) da vida: o desejo. Cuidando da criança que um acidente lhe confiou e se lançando numa peculiar missão em nome dela, esse homem estabelece vínculos através dos quais a vida em família e a afetividade são expressas em sua face mais estranha.

Cia. das Letras - 1ª ed. - 2013 - 304 pág. - brochura

Sobre o autor:

J.M. COETZEE nasceu na Cidade do Cabo, África do Sul, em 1940. Ficcionista e ensaísta, é autor de mais de vinte livros, entre eles Desonra (1999), Elizabeth Costello (2003), a trilogia Infância (1998), Juventude (2002) e Verão (2009), A infância de Jesus (2013) e A vida escolar de Jesus (2016), todos publicados pela Companhia das Letras. Recebeu inúmeros prêmios em vários países, destacando-se o Man Booker Prize (1983 e 1999) e o Nobel de Literatura (2003).

 

A INFÂNCIA DE JESUS - (Trilogia de Jesus) - J. M. Coetzee - Prêmio Nobel de Literatura (2003)

R$72,90
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Em A infância de Jesus, J.M. Coetzee, ganhador do prêmio Nobel de 2003, imagina um país de estrangeiros que, depois de atravessar o oceano, pagam com o esquecimento da própria trajetória a oportunidade de começar uma vida nova. A condição de estrangeiro também impõe uma língua nova, no caso, um espanhol adquirido precariamente e que ninguém domina por completo. O leitor é guiado pelo olhar de Simón, recém-chegado que se atribui o papel de guardião de um menino de cinco anos e vai trabalhar como estivador, carregando sacos de grãos de trigo. A subsistência - o simples sustento pelo pão de cada dia - parece ser a única finalidade à qual se dirige a rotina do lugar, onde todos parecem se conformar, não só no que diz respeito à alimentação, a uma dieta moderada. Inadaptado e insatisfeito, ainda que ansioso por compreender e ser aceito, Simón tenta fazer valer os direitos de alguém cujo corpo continua impregnado de memórias. Nascido numa família africânder que usava o inglês dentro de casa, Coetzee fez do desconforto linguístico um dos temas de sua ficção. É com esse sentido de estranhamento que Simón trava debates filosóficos com os camaradas, na “ágora” da estiva, e faz o possível para explicar às mulheres um dos fatos mais básicos (e misteriosos) da vida: o desejo. Cuidando da criança que um acidente lhe confiou e se lançando numa peculiar missão em nome dela, esse homem estabelece vínculos através dos quais a vida em família e a afetividade são expressas em sua face mais estranha.

Cia. das Letras - 1ª ed. - 2013 - 304 pág. - brochura

Sobre o autor:

J.M. COETZEE nasceu na Cidade do Cabo, África do Sul, em 1940. Ficcionista e ensaísta, é autor de mais de vinte livros, entre eles Desonra (1999), Elizabeth Costello (2003), a trilogia Infância (1998), Juventude (2002) e Verão (2009), A infância de Jesus (2013) e A vida escolar de Jesus (2016), todos publicados pela Companhia das Letras. Recebeu inúmeros prêmios em vários países, destacando-se o Man Booker Prize (1983 e 1999) e o Nobel de Literatura (2003).