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“Porque é verdade. Mas não penses que te censuro. Se queres transformar-te num homem de letras, e, quem sabe um dia escrever Histórias, deves também mentir, e inventar histórias, pois senão a tua História ficaria monótona. Mas terás que fazê-lo com moderação. O mundo condena os mentirosos que só sabem mentir, até mesmo sobre coisas mínimas, e premia os poetas que mentem apenas sobre coisas grandiosas.”
Depois do estrondoso sucesso de O nome da Rosa, Umberto Eco – o mais importante intelectual italiano deste século – retorna à Idade Média, dessa vez para homenagear sua cidade natal, a piemontesa Alessandria. Enquanto O nome da Rosa, seu livro mais famoso, recria o clima soturno da Inquisição, BAUDOLINO gravita em torno dos prazeres da corte de Federico Hohenstaufen, conhecido como Barbarossa, à época da Terceira Cruzada. A história engloba justamente o período entre 1152 e 1204, começando com a ascensão de Barbarossa ao trono e terminando com a conquista de Constantinopla pela temida ordem dos cavaleiros templários.
A trama é protagonizada por Baudolino – adolescente, criativo e mentiroso que dá título à obra – e Niceta Coniate, personagem inspirado em um historiador e orador que viveu na corte de Constantinopla. A narrativa retrocede, enquanto Baudolino conta a Niceta suas aventuras e desventuras, numa mistura de fantasia e realidade, História e faz-de-conta. Tudo isso temperado por inúmeras situações cômicas. No intervalo, Eco embaralha os seus personagens inventados e produz o mais recorrente efeito de seu texto: interferir em acontecimentos históricos conhecidos por meio de atos ou circunstâncias vividas pelos personagens fictícios.
“Através deste romance,” explica Eco, “releio o período medieval como fruto das invenções de um jovem.” Numa pequena aldeia do baixo Piemonte, onde mais tarde se fundará Alessandria, Baudolino, camponês fantasioso, cai nas graças de Federico Barbarossa e se torna seu filho adotivo. Mentiroso compulsivo, Baudolino tem a sorte que só os sonhadores possuem: tudo o que inventa e cria miraculosamente produz História. Assim, ele constrói uma carta fictícia de um padre que fala sobre um reino no Oriente, governado por um cristão. A missiva impressiona até mesmo o aventureiro Marco Polo e instiga Barbarossa. Impelido por essa invenção, Federico parte em busca desse sonho. Entre monstros que habitam o inconsciente medieval – como quimeras, unicórnios e dragões -, a história sofre reviravoltas inesperadas, a cada vez que Baudolino conta um pedaço de sua vida.
BAUDOLINO é uma aventura picaresca, um romance histórico no qual emergem os problemas da Itália contemporânea. Com sua narrativa fantástica, teatro de invenções lingüísticas, Umberto Eco celebra a força do mito e da utopia.
Ed. Record - 460 pág. - brochura
BAUDOLINO - UMBERT0 EC0
“Porque é verdade. Mas não penses que te censuro. Se queres transformar-te num homem de letras, e, quem sabe um dia escrever Histórias, deves também mentir, e inventar histórias, pois senão a tua História ficaria monótona. Mas terás que fazê-lo com moderação. O mundo condena os mentirosos que só sabem mentir, até mesmo sobre coisas mínimas, e premia os poetas que mentem apenas sobre coisas grandiosas.”
Depois do estrondoso sucesso de O nome da Rosa, Umberto Eco – o mais importante intelectual italiano deste século – retorna à Idade Média, dessa vez para homenagear sua cidade natal, a piemontesa Alessandria. Enquanto O nome da Rosa, seu livro mais famoso, recria o clima soturno da Inquisição, BAUDOLINO gravita em torno dos prazeres da corte de Federico Hohenstaufen, conhecido como Barbarossa, à época da Terceira Cruzada. A história engloba justamente o período entre 1152 e 1204, começando com a ascensão de Barbarossa ao trono e terminando com a conquista de Constantinopla pela temida ordem dos cavaleiros templários.
A trama é protagonizada por Baudolino – adolescente, criativo e mentiroso que dá título à obra – e Niceta Coniate, personagem inspirado em um historiador e orador que viveu na corte de Constantinopla. A narrativa retrocede, enquanto Baudolino conta a Niceta suas aventuras e desventuras, numa mistura de fantasia e realidade, História e faz-de-conta. Tudo isso temperado por inúmeras situações cômicas. No intervalo, Eco embaralha os seus personagens inventados e produz o mais recorrente efeito de seu texto: interferir em acontecimentos históricos conhecidos por meio de atos ou circunstâncias vividas pelos personagens fictícios.
“Através deste romance,” explica Eco, “releio o período medieval como fruto das invenções de um jovem.” Numa pequena aldeia do baixo Piemonte, onde mais tarde se fundará Alessandria, Baudolino, camponês fantasioso, cai nas graças de Federico Barbarossa e se torna seu filho adotivo. Mentiroso compulsivo, Baudolino tem a sorte que só os sonhadores possuem: tudo o que inventa e cria miraculosamente produz História. Assim, ele constrói uma carta fictícia de um padre que fala sobre um reino no Oriente, governado por um cristão. A missiva impressiona até mesmo o aventureiro Marco Polo e instiga Barbarossa. Impelido por essa invenção, Federico parte em busca desse sonho. Entre monstros que habitam o inconsciente medieval – como quimeras, unicórnios e dragões -, a história sofre reviravoltas inesperadas, a cada vez que Baudolino conta um pedaço de sua vida.
BAUDOLINO é uma aventura picaresca, um romance histórico no qual emergem os problemas da Itália contemporânea. Com sua narrativa fantástica, teatro de invenções lingüísticas, Umberto Eco celebra a força do mito e da utopia.
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