Um tradutor amargo e nada diplomático em relação ao mundo que o cerca. Em Três traidores e uns outros, novo romance de Marcelo Backes, a tradução é uma metáfora perfeita para a arte e, por extensão, a vida. “O mundo que temos de encarar é um mundo que, em sua realidade, se choca com nosso ideal, vivemos levando machadadas do exterior quando nosso interior se manifesta”, argumenta Backes. A tradução é, aqui, a mais pura forma de traição: “O traidor cospe no prato do qual comeu. Mas como é duro descobrir às vezes, e no caso do tradutor isso acontece sempre, que trair é uma condição necessária para ser mais fiel”. Professor, crítico literário e também tradutor, Backes partiu justamente da premissa das traduções para criar uma trama que envolve as contradições da vida de um homem que retorna ao interior depois de ter acumulado experiências e fracassos pelo mundo. O narrador, mais novo a cada história ― sempre cínico, às vezes perverso ― desenrola o fio de seu eu para tecer um painel do mundo contemporâneo, globalizado na economia, mas medieval no afeto. Um homem capaz de se ocupar apenas de si mesmo, seja traduzindo uma grande autora alemã com quem teve um caso no passado e que reencontra quando ela está no auge da fama, seja quando traduz simultaneamente as sessões de análise de um empresário alemão que pensa ter matado a mulher. Três traidores e uns outros é um livro de ficção, mas qualquer referência à realidade não é mera coincidência. “O personagem é um louco que sai para o mundo a cavalo em cima de si mesmo, mas na verdade conta o mundo lá fora para esquecer a alma ‘aqui’ dentro. Tudo o que acontece, acontece de verdade, mas na ficção ― e o ponto de partida é a minha experiência”, finaliza.

Ed. Record - 176 pág. - brochura 

TRÊS TRAIDORES E UNS OUTROS - Marcelo Backes

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Um tradutor amargo e nada diplomático em relação ao mundo que o cerca. Em Três traidores e uns outros, novo romance de Marcelo Backes, a tradução é uma metáfora perfeita para a arte e, por extensão, a vida. “O mundo que temos de encarar é um mundo que, em sua realidade, se choca com nosso ideal, vivemos levando machadadas do exterior quando nosso interior se manifesta”, argumenta Backes. A tradução é, aqui, a mais pura forma de traição: “O traidor cospe no prato do qual comeu. Mas como é duro descobrir às vezes, e no caso do tradutor isso acontece sempre, que trair é uma condição necessária para ser mais fiel”. Professor, crítico literário e também tradutor, Backes partiu justamente da premissa das traduções para criar uma trama que envolve as contradições da vida de um homem que retorna ao interior depois de ter acumulado experiências e fracassos pelo mundo. O narrador, mais novo a cada história ― sempre cínico, às vezes perverso ― desenrola o fio de seu eu para tecer um painel do mundo contemporâneo, globalizado na economia, mas medieval no afeto. Um homem capaz de se ocupar apenas de si mesmo, seja traduzindo uma grande autora alemã com quem teve um caso no passado e que reencontra quando ela está no auge da fama, seja quando traduz simultaneamente as sessões de análise de um empresário alemão que pensa ter matado a mulher. Três traidores e uns outros é um livro de ficção, mas qualquer referência à realidade não é mera coincidência. “O personagem é um louco que sai para o mundo a cavalo em cima de si mesmo, mas na verdade conta o mundo lá fora para esquecer a alma ‘aqui’ dentro. Tudo o que acontece, acontece de verdade, mas na ficção ― e o ponto de partida é a minha experiência”, finaliza.

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