Com Cachorros do Céu Wilson Bueno retorna ao seu habitat. Com a mesma veia alegórica de seus já consagrados Manual de zoolia e Jardim zoológico o escritor paranaense faz um fabulário nas palavras do crítico Ivo Barroso. Um fabulário no mau sentido da palavra pois nele longe de os textos se revelarem morais são escárneos desmoralizantes em si mesmos e desmoralizantes das intenções construtivas das fábulas convencionais diz no texto de orelha do livro amplamente ilustrado por Ulysses Bôscolo. Wilson Bueno concorda sem meias palavras. Tento uma intervenção a mais radical possível no coração molecular da escrita. Nada mais essencialmente narrativo do que a fábula o "era uma vez" princípio meio em de toda história que se preze diz. Mas é claro que Bueno não resistiria a subverter a moral da história e aqui reside toda a graça dessas refabulações que já foram a voz um dia de Esopo e La Fontaine. Os macacos sapos cobras e ratos de Bueno nos lembram os personagens da vida real embora suas falas tenham sido levadas ao cúmulo do ridículo por meio de recursos estilísticos que vão da simples galhofa à mais pura desfaçatez como observa Barroso. Há um porém: tudo o que dizem os animais dessa oresta imaginária é anti-ético ou no mínimo bizarro assim como era de se esperar da linguagem dos irracionais. Mas somente da dos irracionais.

Ed. Planeta - 96 pág. - brochura

CACHORROS DO CÉU - Wilson Bueno

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Com Cachorros do Céu Wilson Bueno retorna ao seu habitat. Com a mesma veia alegórica de seus já consagrados Manual de zoolia e Jardim zoológico o escritor paranaense faz um fabulário nas palavras do crítico Ivo Barroso. Um fabulário no mau sentido da palavra pois nele longe de os textos se revelarem morais são escárneos desmoralizantes em si mesmos e desmoralizantes das intenções construtivas das fábulas convencionais diz no texto de orelha do livro amplamente ilustrado por Ulysses Bôscolo. Wilson Bueno concorda sem meias palavras. Tento uma intervenção a mais radical possível no coração molecular da escrita. Nada mais essencialmente narrativo do que a fábula o "era uma vez" princípio meio em de toda história que se preze diz. Mas é claro que Bueno não resistiria a subverter a moral da história e aqui reside toda a graça dessas refabulações que já foram a voz um dia de Esopo e La Fontaine. Os macacos sapos cobras e ratos de Bueno nos lembram os personagens da vida real embora suas falas tenham sido levadas ao cúmulo do ridículo por meio de recursos estilísticos que vão da simples galhofa à mais pura desfaçatez como observa Barroso. Há um porém: tudo o que dizem os animais dessa oresta imaginária é anti-ético ou no mínimo bizarro assim como era de se esperar da linguagem dos irracionais. Mas somente da dos irracionais.

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